Estratégias para uma educação em várias línguas

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Porque é que é bom considerar estratégias linguísticas para uma educação bilingue (ou mais)?

Depois de decidir que quer educar o seu filho em mais do que uma língua, pode colocar a si próprio algumas questões sobre a forma de o fazer. Falar com uma criança de vez em quando é fácil, mas embarcar numa viagem que permita um multilinguismo (equilibrado) é um caminho que se torna mais fácil com um pouco de planeamento, definição de expectativas, reflexão regular e uma longa resistência. Por isso, ao considerar uma estratégia linguística para as suas circunstâncias, é melhor responder a algumas perguntas:

  • Que língua(s) quero que o meu filho fale?

  • Quais são os meus objectivos para estas línguas? Que nível de fluência gostaria que o meu filho atingisse?

  • Quem é que vai falar as línguas-alvo ao meu filho? Agora e também mais tarde?

  • Que grau de exposição posso dar ao meu filho nessa língua?

Todas estas perguntas dão-lhe uma ideia de como pode utilizar as suas línguas com o seu filho de uma forma consistente e estimulante.

Quais são as melhores estratégias?

Existem 3 estratégias principais sobre como adotar múltiplas línguas de forma consistente na vida de uma criança. No entanto, o maior denominador comum é: Enquanto fala com o seu filho, utilize uma língua de cada vez e evite misturar códigos, ou seja, não fale mais do que uma língua numa frase. Isto dá ao seu filho a oportunidade de aprender que cada língua é uma entidade separada, com as suas próprias palavras, regras e conotações.

Uma Pessoa, Uma Língua (OPOL)

A abordagem OPOL é um método bem conhecido de educação de crianças bilingues e multilingues. Este conceito implica que cada progenitor fale constantemente uma língua diferente com a criança. Por exemplo, no nosso caso, um dos pais fala português e o outro fala alemão. Esta estratégia assegura que a criança é exposta a ambas as línguas nos seus respectivos contextos, promovendo o desenvolvimento linguístico e encorajando um bilinguismo equilibrado. A chave para o OPOL é a consistência com que cada língua é utilizada, evitando assim o domínio de uma língua sobre a outra devido à falta de exposição.

No entanto, tem algumas ressalvas. Poderá ter de considerar o seu caso específico à medida que a criança cresce e as conversas se tornam mais complexas. Como é que a família vai conversar à mesa de jantar, por exemplo? Será capaz de criar uma variedade suficiente de input linguístico? Será capaz de suprir a necessidade de continuar a usar uma língua? Assim, embora o OPOL seja um bom ponto de partida, é provável que tenha de ser ajustado ao longo do tempo.

Língua Minoritária em Casa (ML@H)

A estratégia da língua minoritária em casa envolve a utilização de uma língua menos falada na comunidade envolvente no ambiente doméstico. As famílias que adoptam esta estratégia comunicam numa língua minoritária, muitas vezes para preservar a identidade cultural e apoiar o bilinguismo das crianças. Por exemplo, se uma família fala galês em casa mas vive numa zona de língua inglesa, utilizará o galês como principal meio de comunicação. Este método pode ajudar a reforçar a língua minoritária, criando um espaço seguro para a sua utilização e promovendo um forte sentido de herança cultural. Ao mesmo tempo, a família manterá o galês como modo de comunicação comum, mantendo a sua própria coerência. Mais uma vez, será importante manter a língua minoritária relevante e diversificada, à medida que a criança cresce.

Tempo e lugar

O tempo e o lugar referem-se ao uso estratégico das línguas com base no contexto em que estão a ser faladas. Este conceito realça a importância da adequação situacional no que respeita à utilização das línguas. Também ajuda quando se pretende equilibrar várias línguas ou dar um impulso adicional a certas línguas. Em termos conceptuais, pode decidir falar japonês à mesa de jantar, enquanto ao pequeno-almoço fala espanhol. Embora lhe dê a possibilidade de "incorporar" outras línguas na sua vida, tem de ter em conta o equilíbrio e a diversidade do seu vocabulário. Além disso, tenha em conta que é difícil para as crianças pequenas compreenderem o conceito de "tempo". Por isso, mudar de língua com base no dia da semana não é aconselhável para crianças pequenas.

O que é que tenho de ter em mente?

As estratégias não se excluem mutuamente. Pode decidir misturar OPOL com Tempo e Lugar, por exemplo, se isso fizer sentido para si no equilíbrio geral das coisas. Além disso, as coisas podem mudar com o tempo. A exposição às línguas pode mudar devido à entrada e saída de pessoas da vida do seu filho, devido à frequência escolar, devido ao interesse em determinados passatempos de um círculo linguístico/ cultural, devido a mudanças internacionais e tudo o mais. O seu filho pode reagir de forma diferente às línguas e terá de se adaptar. Por isso, uma vez iniciado o seu percurso, certifique-se de que reage à mudança.

Além disso, o multilinguismo é um espetro. Nem todas as crianças crescerão perfeitamente equilibradas em todas as línguas a que as expomos. Dependendo da estratégia, da vida em geral e do interesse, o seu filho pode muito bem dar prioridade a certas línguas (muito provavelmente a língua da escola e/ou a língua maioritária) durante algum tempo, ou encontrar a sua própria forma de se relacionar com as suas línguas. E não faz mal. :)

Espero que este pequeno resumo o ajude a pensar na sua própria estratégia linguística. Diga-me como as coisas estão a funcionar para si. Tenho sempre curiosidade e interesse em saber como as outras famílias estão a viver a sua vida multilingue.

 

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